Encontro virtual reuniu mais de 20 jovens do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina e do Paraná; objetivo é formar lideranças, fortalecer as pautas das juventudes nos estados para assim construir um cooperativismo que seja, de fato, solidário, inclusivo e participativo. Nesta semana, a atividade chega para os e as jovens da região Sudeste.
Encontro promovido pela Unicopas (União Nacional das Organizações Cooperativistas Solidárias) na última semana reuniu mais de 20 jovens do campo e da cidade que vivem na região Sul do Brasil. Representantes das quatro centrais afiliadas – Unicafes Nacional, Unisol Brasil, Concrab e Unicatadores -, durante dois dias, compartilharam experiências e conheceram histórias de jovens de outras regiões e de diferentes realidades. Debateram sobre conquistas e desafios com o objetivo de, juntas e juntos, construírem estratégias de fortalecimento para as juventudes do cooperativismo solidário nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.
A região Sul foi a primeira das cinco regiões do país a receber o ciclo de mobilização e formação da juventude trabalhadora. A atividade, que faz parte do projeto ‘Fortalecimento da Rede Unicopas’, co-financiado pela União Europeia, tem o objetivo de promover o protagonismo delas e deles em espaços de incidência política e de controle social de políticas públicas.
Transformação, esperança e renovação foram temas centrais trazidos pelos jovens quando a proposta foi identificar os sentimentos que os unem. Falta de protagonismo, dificuldade em chamar a atenção para as pautas das juventudes e formação, foram alguns dos desafios destacados pelas e pelos participantes.
Realidade que a Unicopas busca ouvir e entender, como sublinhou o presidente da organização, Francisco Dal Chiavon, conhecido como Chicão. “Historicamente, o cooperativismo foi uma atividade desenvolvida por homens adultos, mas na Unicopas queremos modificar essa relação. Queremos que as juventudes participem deste processo”. Ele que, na juventude, ajudou a fundar um dos maiores movimentos de luta do Brasil, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, disse que espera, por meio das juventudes, construir um movimento cooperativo mais revolucionário e eficiente para a classe trabalhadora a partir da democratização da terra, da criação de postos de trabalho e de moradias. “Coloco aqui nas mãos de vocês os três ‘tês’: terra, teto e trabalho. Isso é o que nós construímos dentro da Unicopas. Eu tenho muita esperança em vocês”, relatou.
Durante o encontro, as e os jovens tiveram a oportunidade de aprenderem mais sobre cooperativismo e cooperação com o professor Jairo Bolter, coordenador da Especialização em Cooperativismo da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Dentre os pontos destacados pelo docente a aproximação de atores sociais e políticos e suas instituições, segundo ele, é necessária e urgente. “Cooperativismo não se faz entre quatro paredes. Cooperativismo se faz na região, no estado, no país. Nós precisamos nos coopeativar”.
Nesta semana, nos dias 1 e 2 de junho, será a vez das e dos jovens da região Sudeste receberem a atividade promovida pela Unicopas desenvolvida especialmente pelas juventudes e para as juventudes. Devido a pandemia do novo coronavírus (Covid-19), os encontros regionais estão sendo realizados em ambiente totalmente virtual.
Depoimentos
Defina em três palavras o que este encontro significou para você? Este foi o resultado da pergunta feita para os participantes ao final do evento:
“Eu nunca tinha participado de um encontro como este. Adorei!”, Miriam Liz, Unicatadores
“Os assuntos abordados durante o encontro são de extrema importância”, Bruna Leoratto, Unisol
“Gostei muito de participar do encontro. É tudo muito novo para mim, mas fiquei bem feliz”,
Matheus Alves, Unicatadores
Unidas
Nasci entre as migalhas que me foram jogadas,
Cresci com uma resistência que me alimenta,
Me forjei com conhecimento que me liberta.
Mas não é só isso,
Também luto, insisto e resisto.
Percebo que já não luto só, agora a palavra é LUTAMOS!, e assim gritamos: “quero o que é meu por direito”.
Lado a lado
Ombro a ombro
Mãos com mãos
É no campo e na cidade,
na favela ou na comunidade, buscamos por igualdade, temos garra e coragem.
Aprendemos que sozinhos caminhamos bem,
mas todos juntos caminhamos melhor.
Queremos nossas bandeiras unidas,
sim eu disse todas!
Bandeiras do campo e da cidade por TERRA, TETO e TRABALHO.
Jackson Silva, Concrab/MST