Os resultados do VII Relatório Luz da Agenda 2030 revelam que o Brasil não avançou em 95% das 169 metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). O documento destaca desafios e recomendações fundamentais para orientar políticas públicas e ações que busquem a equidade e o desenvolvimento sustentável no País.
O documento apontou que 102 metas (60,35%) estão em situação de retrocesso, 14 (8,28%) ameaçadas, 16 (9,46%) estagnadas em relação ao período anterior, 29 (17,1%) com progresso insuficiente, apenas 3 (1,77%) com progresso satisfatório, 4 (2,36%) delas sem dados suficientes para classificação. O VII Relatório Luz foi escrito por 82 especialistas de 41 instituições, que, além da análise dos 17 ODS no Brasil, ainda produziram mais de 160 recomendações ao governo.
O impacto das metas em retrocesso e não alcançadas afeta, principalmente, os mais vulneráveis, que enfrentam pobreza, insegurança alimentar, falta de saúde, acesso à educação e desigualdade de gênero, por exemplo.
Segurança alimentar, agricultura sustentável e ação climática
Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhorar a nutrição, e promover a agricultura sustentável é uma das metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Em 2022, quase 66 milhões de pessoas (30,7% da população) viviam em insegurança alimentar moderada ou grave.
De acordo com o Relatório Luz, o ano passado marcou alta inflacionária, desmonte de programas sociais, retrocesso na legislação trabalhista, alta do desemprego e as demandas de saúde nas famílias, o que resultou em um gravíssimo quadro de pobreza, fome e insegurança alimentar.
Por outro lado, a perda territorial para agricultura destinada à produção de alimentos cresceu e a concentração ainda fundiária persiste. Os estabelecimentos com até 10 hectares representam metade das propriedades e ocupavam 2,3% do território rural – um sistema gerador de desigualdades com foco na monocultura de exportação de commodities.
Um dos compromissos mais preocupantes é o ODS 13, que trata da ação climática. O relatório aponta que o ritmo atual de redução das emissões de gases de efeito estufa é insuficiente para combater o aquecimento global e evitar consequências irreversíveis. Os esforços para transição para uma economia de baixo carbono ainda se mostram lentos e insuficientes.
Além disso, no Brasil, os ODS relacionados à educação, ao combate à violência e às desigualdades social, racial e de gênero também estão em retrocesso.
Unicopas
Como forma de superar os desafios do Brasil e contribuir para o alcance das metas estabelecidas junto à ONU para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, a União Nacional das Organizações Cooperativistas Solidárias (Unicopas) atua com as principais centrais do cooperativismo e da economia solidária – Unicafes Nacional, Unisol Brasil, Concrab e Unicatadores – na busca por um modelo de sociedade mais justa, igualitária e sustentável.
Neste ano, a organização lançou a Plataforma de Fomento ao Cooperativismo Solidário com propostas para geração de renda, erradicação da pobreza, combate às desigualdades, equidade de gênero e incentivo ao setor produtivo com medidas sustentáveis a partir do fortalecimento do cooperativismo solidário.