Apresentar e debater as propostas da Plataforma de Ações do Cooperativismo Solidário enquanto uma estratégia central para a retomada de um desenvolvimento que seja mais justo, inclusivo e sustentável para o Brasil. Este foi o objetivo do seminário realizado na última sexta-feira, 27 de março, em São Paulo (SP).
O evento reuniu dirigentes das principais centrais do cooperativismo e da economia solidária do país – Unicafes Nacional, Unisol Brasil, Concrab e Unicatadores -, que articulados na Unicopas (União Nacional das Organizações Cooperativistas Solidárias), elaboraram e apresentaram o plano de ações concretas, que tem como foco a “organização da classe trabalhadora, que hoje sofre com o desemprego e a informalidade”, como destacou Vanderley Ziger, presidente da Unicafes Nacional.
Ele lembrou ainda que “não adianta ter um plano de governo sem a garantia de direitos de todo o povo brasileiro”. Por isso, a Plataforma de Ações do Cooperativismo Solidário está centrada na defesa da democracia e na construção de uma economia que seja inclusiva, participativa e com distribuição das riquezas produzidas entre todas e todos.
O documento foi apresentado para os Núcleos de Acompanhamento de Políticas Públicas (NAPPs) da Fundação Perseu Abramo do Partido dos Trabalhadores. “Eles têm a missão de fazer o diálogo com a sociedade civil na elaboração de propostas temáticas nas políticas públicas para subsidiar e ajudar na formulação coletiva do programa de governo”, explicou Leonardo Pinho, dirigente da Unicopas e presidente da Unisol Brasil.
Representantes dos NAPPs de Economia, Trabalho, Desenvolvimento Social, Promoção e Igualdade Racial, Mulheres, Juventudes e Economia Solidária estavam presentes e receberam em mãos a Plataforma de Ações do Cooperativismo Solidário. O compromisso, agora, segundo Lígia Toneto, integrante da NAPP Economia e que estava na facilitação do seminário, “é entregar o documento a todos os núcleos para que o cooperativismo solidário seja uma política estrutural no plano de governo do PT”. Como observou Vitor Quarenta, do NAPP Juventude, as propostas “não são apenas boas práticas, mas sim de transformação social”.
Opinião compartilhada por Guilherme Mello, do NAAP Economia, que complementou dizendo ser um novo projeto de desenvolvimento para o Brasil que transforma as relações sociais. “E a economia solidária tem um papel decisivo neste processo”.
Um processo que passa necessariamente pela contribuição das mulheres. “No Brasil, o desemprego afeta principalmente as mulheres e somos nós que ocupamos os postos de trabalho mais precarizados. Quando falamos em políticas de economia solidária para a democratização da economia, precisamos ter em mente o papel das mulheres na produção das nossas riquezas. A opressão de gênero é estruturante no atual modelo econômico”, sublinhou Vívian Mendes, do NAPP Mulher.
Claudete Costa, vice-presidenta da Unicopas e presidenta da Unicatadores, lembrou que a plataforma é um dos instrumentos para superar a crise pela qual o Brasil passa e “estabelecer parcerias como as que foram construídas durante o seminário, é fundamental para conseguirmos colocar em prática o que, por enquanto, está somente no papel”.
Além dos NAPPs, participaram do seminário: o ex-senador Eduardo Suplicy e representantes do Movimento Nacional da População de Rua, da União Nacional dos Estudantes (UNE), da Rede Feminista de Economia Solidária, da Rede Brasil Afro Empreendedora, da Central Única dos Trabalhadores (CUT), do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e do projeto Reconexão Periferia.