É possível transformar a nossa história! Desde que as soluções para os principais problemas pelos quais o Brasil passa sejam pensados a partir da organização coletiva da classe trabalhadora. É isso que propõe a Plataforma de Ações do Cooperativismo Solidário, um documento construído pelas principais organização do cooperativismo e da economia solidária do país – Unicafes Nacional, Unisol Brasil, Concrab e Unicatadores -, reunidas na Unicopas (União Nacional das Organizações Cooperativistas Solidárias).
As propostas foram destaque do Programa Pauta Brasil da última sexta-feira, 24 de junho, da Fundação Perseu Abramo. O debate virtual, mediado por Artur Henrique, diretor da instituição, reuniu dirigentes da Unicopas.
Claudete Costa, vice-presidenta da organização e presidenta da Unicatadores, destacou o trabalho coletivo realizado em torno da Plataforma de Ações do Cooperativismo Solidário. “Nossa plataforma foi construída coletivamente por nossas quatro centrais pensando, em especial, na disparada das perdas de direitos que estamos vivendo desde 2016, com o aumento desenfreado da fome e do desemprego e desconstrução de políticas públicas historicamente construídas em prol da classe trabalhadora”. Claudete ainda lamentou o impacto sofrido pelas mulheres e pelas juventudes no atual contexto econômico e social do Brasil.
Por isso, conforme lembrou Leonardo Pinho, dirigente da Unicopas e presidente da Unisol Brasil, o cooperativismo solidário se constrói na aliança com os movimentos sociais e sindicais, em uma agenda de protagonismo de cooperativas e empreendimentos econômicos solidários de todo o Brasil representados pelas principais organizações do setor no país. “Estamos construindo uma alternativa ao atual modelo de desenvolvimento para superar as diferentes crises pelas quais o nosso Brasil passa”, salientou Pinho, falando de aspectos políticos, econômicos, sociais e ambientais.
Pontos destacados durante o debate por Francisco Dal Chiavon, presidente da Unicopas. Ele afirmou que as propostas apresentadas na Plataforma só serão efetivas se o próximo governo trazer o cooperativismo solidário como estratégia central para o desenvolvimento. “Nós esperamos que tenham programas específicos para a economia solidária no Brasil, que seja uma estratégia presente em diversos Ministérios. Nós não vamos conseguir responder a todos os problemas da sociedade, mas nós temos condição, com o apoio do Estado, de ser uma referência de organização da sociedade para resolver os problemas estruturais que afetam o Brasil”.
Isso porque, conforme trouxe Vanderley Ziger, presidente da Unicafes Nacional, o cooperativismo solidário é um instrumento potente de organização da classe trabalhadora. “O cooperativismo que estamos construindo vai na contramão desse modelo de que precisamos ser grandes corporações travestidas de cooperativas. Fazemos o contrário: queremos fazer com que aqueles que muitas vezes não encontrariam soluções sozinhos para os problemas, encontrem no cooperativismo solidário um caminho para a auto-organização que gerem acesso a trabalho e renda”, destacou.
Assista a íntegra do debate: