Eventos realizados em setembro pela União Europeia refletem avanços e desafios do Brasil na busca pelo desenvolvimento sustentável. Diversas organizações, entre elas a Unicopas, participaram dos debates que ocorreram na capital federal
Debater os avanços e os desafios na implementação da Agenda 2030 no Brasil, bem como refletir o papel dos diferentes atores envolvidos nesse processo. Esses foram os principais pontos discutidos durante seminário promovido pela União Europeia em parceria com a Embaixada da França no Brasil, realizado em setembro, em Brasília. Diversos representantes da sociedade civil organizada, entre elas da Unicopas (União Nacional das Organizações Cooperativistas Solidárias), participaram do evento.
Além de refletirem aspectos da Agenda 2030 passados quatro anos de sua adoção, o seminário também contou com a apresentação da terceira edição do Relatório Luz da Sociedade Civil para a Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável. No documento, o conjunto das organizações da sociedade civil que integram o Grupo de Trabalho da Sociedade Civil para a Agenda 2030 (GT Agenda 2030) denunciam o descompromisso do governo brasileiro com o cumprimento dos 17 Objetivos de Desenvolvimentos Sustentável (ODS).
A apresentação do relatório foi feita pelo economista e consultor do GT Agenda 2030, Claudio Fernandes. “O Brasil é um país de crescimento arrastado. Historicamente dependente da exportação agrícola e com baixo retorno nos investimentos públicos. Precisa de novas soluções, investir em tecnologias, P&D e educação. A Agenda 2030 propõe a soluções para mudar este quadro”, disse Claudio.
Cooperativismo solidário no alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
Promover o cooperativismo e a economia solidária no Brasil. Este é o principal objetivo da parceria firmada entre a União Europeia e a Unicopas. Diversas ações são previstas, como campanhas de sensibilização da sociedade para temas que envolvem o cooperativismo e a economia solidária, como a agricultura familiar, a agroecologia e a gestão de resíduos sólidos, todos alinhados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
Isso porque a Unicopas acredita que o cooperativismo e a economia solidária são estratégias fundamentais para que o Brasil tenha um desenvolvimento com mais sustentabilidade e justiça social. “Isso porque o cooperativismo e a economia solidária surgem como alternativas ao desemprego e geração de renda, em especial, às populações mais empobrecidas. Atua diretamente na promoção do acesso aos direitos iguais aos recursos econômicos e na criação de marcos políticos sólidos, com base em estratégias de desenvolvimento para as populações mais vulneráveis economicamente”, explicou Arildo Mota Lopes, presidente da Unicopas.
Desafios e caminhos para a sociedade civil brasileira
Outro evento promovido pela União Europeia também em setembro consultou organizações da sociedade civil a respeito dos novos desafios e caminhos possíveis para a sociedade civil brasileira, principalmente, frente a atual conjuntura. O objetivo foi apresentar contribuições para subsidiar a construção do documento estratégico Roteiro-País 2020-2025 para o Brasil. Entre os temas abordados estavam os direitos humanos, as desigualdades, o meio ambiente e o clima e o ambiente favorável à sociedade civil.
Para Isadora Candian Santos, coordenadora de Projetos da Unicopas, o seminário-consulta reforçou o compromisso da União Europeia “em garantir a participação social ao ouvir a sociedade civil para embasar o Roteiro-País a partir das nossas prioridades”. De acordo com ela, os temas abordados durante o encontro são essenciais, principalmente no momento em que o país vive com tantos ataques às instituições democráticas e às organizações da sociedade civil. “O evento veio em boa hora para reforçar a importância da democracia no Brasil”. Além disso, Isadora destacou que, mais um vez, o cooperativismo e a economia solidária foram apresentados para a União Europeia como estratégias essenciais para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.