Resíduo Zero é considerada como uma estratégia-chave para construir economias fortes e sustentáveis pós Covid-19
Um novo estudo descobriu que as cidades que investem em programas e políticas de lixo zero criam empregos verdes de qualidade, além dos benefícios de redução da poluição e melhoria da saúde da comunidade.
No Brasil, por exemplo, o estudo projeta que, se São Paulo recuperasse 80% do material reciclável e orgânico de seu fluxo de resíduos, a cidade poderia criar mais de 36.700 novos empregos.
O relatório, produzido por uma rede internacional de combate a incineração de lixo – GAIA – surge no momento em que governos municipais em todo o mundo estão tomando decisões sobre em quais programas investir para aumentar a resiliência climática e reconstruir economias locais que foram prejudicadas pela crise da Covid-19. O estudo contou com subsídio e informações da Unicatadores, central afiliada à Unicopas, na coleta de informações.
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Ou seja, isso é a prova de que o que é bom para o meio ambiente também é benéfico para a economia! Veja só, se comparada com aterros e incineradores, a criação de empregos nos sistemas de Resíduo Zero é:
– 200 vezes maior na reutilização
– 70 vezes maior na reciclagem
– 30 vezes maior na remanufatura
Resíduo Zero é uma abordagem abrangente de gestão de resíduos que prioriza a redução de lixo e a recuperação de materiais, com o objetivo final de criar uma economia circular, reduzindo a eliminação de resíduos a zero. Em contraste, os sistemas baseados em descarte dependem da incineração (“resíduos em energia”) e aterros para lidar com a maior parte do fluxo de resíduos, resultando em custos econômicos e consequências ambientais mais elevadas.
Os sistemas Resíduo Zero não criam só mais empregos, mas criam melhores postos de trabalho. Isso porque vai além do trabalho manual básico, com aumento de salários, com mais estabilidade e consequente melhoria na qualidade de vida do trabalhador.
As organizações de catadores e catadoras de materiais recicláveis trabalham com a coleta seletiva solidária, na qual realizam campanhas de sensibilização junto à comunidade, que separa os materiais e doa voluntariamente aos catadores. Este trabalho educa as pessoas e difunde o valor social dos resíduos que garante trabalho e renda para os profissionais da reciclagem, assim como a proteção do meio ambiente.
O autor do relatório, o Dr. Neil Tangri, diretor de Ciência e Política de GAIA, afirmou: “Com o mundo ainda sofrendo com a pandemia, a criação de empregos é uma das principais prioridades. Resíduo Zero oferece uma estratégia para criar bons empregos e reduzir a poluição sem quebrar o banco. É uma vitória tripla para a economia, o meio ambiente e a cidade.”
“Nós, catadores, desenvolvemos em nosso trabalho inovações tecnológicas de baixo custo e tecnologias de coleta e tratamento de materiais recicláveis, além de métodos de trabalho autogestionário, dos quais os próprios catadores administram suas organizações com base na economia solidária. Ao longo dos anos esse tipo de trabalho tem mostrado grande potencial de desenvolvimento econômico local e economia de recursos públicos na gestão dos resíduos, assistência social e outras áreas ”, declarou Alex Cardoso, da coordenação nacional do MNCR (Movimento Nacional de Catadores dos Materiais Recicláveis).
Fonte: MNCR