Além de garantirem renda para suas famílias, mulheres de Jequitibá colaboram com a valorização da cultura e das tradições folclóricas da região
Jequitibá é um município de Minas Gerais com pouco mais de cinco mil habitantes, que fica a aproximadamente 100 quilômetros da capital Belo Horizonte. Conhecida como a “Capital Mineira do Folclore”, em Jequitibá, o artesanato é uma atividade econômica que tem gerado trabalho e renda para dezenas de mulheres. Raquel Basílio, atual presidente da Associação dos Artesãos da cidade, fundada em 2008, é uma delas.
Foi em 2012, ao entrar na associação, que Raquel conheceu o cooperativismo solidário e deu um salto na qualidade de vida. Ao voltar a viver na roça, ela começou a fazer cursos de bordado e costura oferecidos pelo Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) às mães beneficiárias do Bolsa Família. “Era uma forma de complementar a nossa renda e ainda servia como terapia ocupacional”, lembrou. E assim, Raquel se tornou uma das associadas da AARJE (Associação dos Artesãos de Jequitibá), que, atualmente, é filiada à Unisol Brasil e beneficia diretamente 20 mulheres da comunidade.
“Antes da associação minha rotina era de uma mãe que, sozinha, cuidava de um filho. Na associação, eu melhorei meus conhecimentos, aprendi a bordar e a costurar. Fiz o que sempre tive vontade, mas, até aquele momento, não tinha tido oportunidade”.
A mesma oportunidade que Raquel e as outras mulheres da associação tiveram, agora, poderá ser ampliada. Isso porque a Associação dos Artesãos de Jequitibá foi uma das beneficiadas pelo aporte financeiro concedido pela Unicopas (União Nacional das Organizações Cooperativistas Solidárias), com o apoio da União Europeia. Com o projeto, Raquel conta que foi possível adquirir insumos e maquinários que irão potencializar e qualificar a produção, colaborando assim, com a valorização da cultura e das tradições folclóricas tão marcantes na região.
“Este apoio que recebemos foi de suma importância porque ele elevou o interesse das mulheres e nós vamos conseguir melhorar o acabamento das nossas peças. Nos trouxe ânimo e animação com a expectativa de conseguir levar nossas oficinas para mais mulheres do campo”, comemorou.
Para Raquel, o cooperativismo solidário foi um divisor de águas. “Foi por meio dele que pude aprender e ter uma profissão. Abriu portas para que eu pudesse passar meu conhecimento para outras mulheres da minha comunidade e isso me torna uma pessoa melhor, mais valorizada e mais humana”.
Por um Brasil Cooperativo e Solidário: ações que transformam
Foi para destacar experiências do cooperativismo solidário que contribuem para o desenvolvimento local sustentável, em especial, àquelas que contribuem para a transformação na vida das mulheres, que a Unicopas lançou a campanha de sensibilização ‘Por um Brasil Cooperativo e Solidário: ações que transformam’.
As ações destacadas mostram de forma concreta como o cooperativismo solidário é capaz de contribuir para que o Brasil cumpra com as metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) estabelecidos pela Agenda 2030 das Nações Unidas.
As cooperativas e associações retratadas na campanha fazem parte da Rede Unicopas e foram contempladas pelo edital de subvenção lançado em 2020 em parceria com a União Europeia.