O Governo Federal anunciou reforço de R$ 250 milhões ao Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), que completa 20 anos de existência.
Criado em 2003, o PAA tem transformado a vida de milhares de agricultores familiares e contribuído para garantir o direito à alimentação de muitos brasileiros. Com o novo aporte, o PAA terá mais de R$ 900 milhões para ampliar o acesso à alimentação por meio da modalidade Compra com Doação Simultânea, que consiste na aquisição de alimentos diretamente dos agricultores familiares para a distribuição a famílias em situação de insegurança alimentar e nutricional.
As cooperativas solidárias desempenham um importante trabalho na produção e comercialização de alimentos. Formado, também, por agricultores familiares, o cooperativismo solidário possibilita maior inclusão e geração de renda dos trabalhadores, além de possibilitar a produção de alimentos saudáveis na mesa de quem mais precisa.
Jornada Nacional por Terra e Comida de Verdade para o Povo
Neste mês, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) realizou uma jornada de lutas pela reforma agrária e pela garantia de direitos para os trabalhadores do campo. Durante a cerimônia de comemoração ao PAA, o MST apresentou ao governo federal demandas e propostas para o desenvolvimento rural sustentável e soberania alimentar.
De acordo com Diego Moreira, do setor de produção do MST e dirigente da União Nacional das Organizações Cooperativistas Solidárias (Unicopas), apesar das conquistas dos trabalhadores do campo, ainda há muitos desafios do movimento na produção de alimentos agroecológicos, na organização de cooperativas e na construção de uma nova cultura no campo.
“É essencial que o governo estabeleça uma política nacional de abastecimento. O governo brasileiro, assim como o Estado brasileiro, deve garantir que nosso povo tenha condições mínimas e dignas para se alimentar, sem depender de políticas para exercer esse direito”, pontua Diego Moreira.
O PAA é um dos mecanismos do Governo Federal para garantir alimentação de qualidade na mesa dos brasileiros a partir da compra direta de alimentos produzidos por agricultores familiares, assentados da reforma agrária, povos e comunidades tradicionais, e os destina a pessoas em vulnerabilidade e em situação de insegurança alimentar e nutricional, entidades da rede socioassistencial, bem como creches, hospitais públicos, restaurantes populares, cozinhas comunitárias e bancos de alimentos, entre outros.
Cooperativismo solidário
O cooperativismo solidário contribui, também, para o fortalecimento dos vínculos entre os agricultores familiares e as comunidades, promovendo a troca de conhecimentos, o incentivo à adoção de práticas sustentáveis e a valorização da biodiversidade e cultura local.
Para Diego Moreira, além de sanar a fome é necessário, também, estabelecer medidas sustentáveis e de preservação ambiental.
“Precisamos avançar em um pacto nacional em defesa da agricultura brasileira e da biodiversidade do país. Acreditamos que os movimentos populares, em especial os movimentos pela reforma agrária, a sociedade brasileira e o setor produtivo do Brasil precisam construir uma agenda considerando os impactos ambientais”, reforça.
Confira entrevista completa com Diego Moreira sobre a jornada de lutas do MST.
Com informações:
Governo Federal
MST