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Secretário de Economia Popular Solidária, Gilberto Carvalho, falou para cerca de 150 novos gestores em Brasília sobre cooperativismo e iniciativas locais de economia solidária
O Secretário Nacional de Economia Popular Solidária (Senaes) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Gilberto Carvalho, falou na quarta (12) para cerca de 150 novos prefeitos e prefeitas sobre cooperativismo e caminhos para os municípios brasileiros durante sua exposição na 3ª edição do Encontro de Prefeitos realizado pelo governo federal em Brasília. Dados do anuário das cooperativas de 2023 demonstrou que no Brasil 4.500 cooperativas, com mais de 23 mil cooperados, geram cerca de 550 mil empregos por meio dos empreendimentos na economia.
Gilberto Carvalho explicou aos novos gestores e gestoras o funcionamento e as ações para impulsionar essa modalidade de gestão coletiva com resultados compartilhados que as cooperativas promovem nos municípios. Ele falou das ações desenvolvidas pelo MTE e que serão fundamentais para o desenvolvimento da economia solidária e popular nas cidades brasileiras. Dentre elas, Gilberto citou a implementação dos agentes de economia solidária que serão pontos de apoios às administrações municipais.
“No primeiro momento, serão 500 agentes que vão se espalhar pelo país e tentar ampliar a economia solidária, ajudar a prefeitura local, os parceiros locais, entidades, a detectar áreas, espaços e verificar as possibilidades de surgimento ou desenvolvimento de iniciativas, economia solidária e cooperativas pelo país.”
O secretário citou também a implantação, apoio e revitalização de Centros Públicos de Economia Popular e Solidária. Hoje, já são 36 centros instalados nas regiões nordeste, sudeste, sul e centro oeste do país. “Os centros públicos são espaços onde os municípios pode fazer uma parceria com o governo federal e criar um espaço físico de referência da economia solidária, onde pode ter, por exemplo, uma lojinha dos produtos da cultura familiar, uma loja do artesanato, mas ao mesmo tempo um centro de informação e de formação de capacitação de pessoas”.
Esses espaços multifuncionais (Centros Públicos ou Casas de economia solidária), explicou o secretário, podem ser integrados a equipamentos públicos e associativos comunitários já existentes, tais como Centros de Referência de Assistência Social (Cras), Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas); Postos do Sistema Nacional de Trabalho e Emprego do Ministério da Economia (Sine); Centros Vocacionais Tecnológicos (CVT), como os institutos federais e incubadoras universitárias; Comunidades Terapêuticas, Centrais de Comercialização Solidária, entre outros.
Modo de vida
Carvalho explicou que a Economia Solidária não é apenas um modelo econômico produtivo, capaz de unir pessoas, criar trabalho e renda, promover sustentabilidade, estimular o consumo consciente e o comércio justo, mas sim um modo de vida. “Não é apenas um meio de economia, mas também é cultura de vida onde você cultiva um novo modo de produção, onde os trabalhadores são os donos, respeitam a terra, respeitam o planeta. Um novo modo de comercialização, onde ganha quem produz, quem consome e quem comercializa, de maneira também igualitária. E um novo modo de consumo, num tempo em que a gente prega que o consumismo exacerbado destrói o planeta e não faz sentido.”, pontou.
O secretário deu vários exemplos de economia solidária e cooperativismo pelo país que impulsionam a economia dos municípios e das regiões onde estão localizados. Citou como exemplo a produção, o beneficiamento e comercialização feitos por meio de cooperativas.
Segundo ele, o algodão orgânico cultivado por cooperativas no Rio Grande do Norte, segue para Belo Horizonte, onde uma antiga fábrica falida, ocupada pelos trabalhadores e transformada em empreendimento econômico solidário, produz o fio. E depois outra cooperativa, já em Porto Alegre, pega essa matéria prima e fabrica a malha, que por sua vez será convertida em confecção por mais uma cooperativa – que sob o conceito do comércio justo e sustentável, disputa seu lugar no mercado.
Um dos clientes que compram o produto dessa rede é o Grupo Hospitalar Nossa Senhora da Conceição, conjunto de hospitais públicos federais vinculados ao Ministério da Saúde. “Essa rede funciona de maneira autogestionária, do campo ao consumidor, e seu resultados são também compartilhados de maneira igualitária pelos trabalhadores e trabalhadoras que formam a Justa Trama, uma corrente formada por elos desse modelo produtivo chamado economia solidária”, explicou Gilberto Carvalho.
Participaram ainda da mesa a Secretária de Abastecimento, Cooperativismo e soberania alimentar do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDS), Ana Terra Reis, e o Diretor de Fomento do Ministério da Micro e Pequena Empresa, Marcelo Strama. Presentes ao evento também estavam o diretor de Parcerias e Fomento da Secretaria Nacional de Economia Solidária (MTE), Fernando Zamban, e os superintendentes regionais do Trabalho, do Rio de Janeiro, Alex Bolsas, e de Alagoas, Cícero Pereiras dos Santos.
Economia Solidária
A Secretaria Nacional de Economia Popular Solidária (Senaes) pretende levar a campo no primeiro semestre de 2025, um total de 500 agentes de economia solidária em todo país. A iniciativa faz parte do Programa de Formação Paul Singer – professor e economista, primeiro secretário da Senaes em 2003 e principal precursor da atividade no país. No evento o MTE mantém um Stand divulgando um conjunto de 11 programas essenciais para impulsionar a geração de emprego e renda, qualificação profissional e fortalecimento da economia local.
Fonte: Agência Gov | Via MTE