Com 85 votos, a Unisol Brasil, central afiliada à Unicopas, passa a ocupar cadeira do Conselho Nacional dos Direitos Humanos
Mais um importante passo foi dado no campo do cooperativismo e da economia solidária quando o assunto é a garantia dos direitos humanos. A Unicopas (União Nacional das Organizações Cooperativistas Solidárias), por meio da Unisol Brasil, central afiliada, participa de mais um capítulo da história do Conselho Nacional dos Direitos Humanos (CNDH). Isso porque a Unisol Brasil foi uma das organizações da sociedade civil eleita para ocupar uma das cadeiras de conselheira do CNDH, formado por 9 titulares e 9 suplentes, para o biênio de 2020/2022.
A Unisol Brasil se consolidou como a organização mais votada sendo a principal força no Conselho Nacional dos Direitos Humanos (CNDH).
“Essa eleição mostrou a força dos movimentos sociais e populares e conseguimos eleger uma chapa coletiva de 9 titulares e 9 suplentes em diversos campos: quilombolas, indígenas, centrais sindicais, movimentos sociais, conselhos, grupos ecumênicos mostrando a força da sociedade civil brasileira”, destaca o presidente da Unisol Brasil e dirigente da Unicopas, Leonardo Pinho.
O resultado favorável representa mais de 3 mil cooperativas e associações em todo o Brasil e tem o compromisso de defender o conjunto de fatores que envolvem os direitos humanos, com atenção especial às arbitrariedades do governo brasileiro e em busca da autonomia da Comissão Nacional dos Direitos Humanos (CNDH).
Após os resultados, Renan Sotto Mayor, presidente da CNDH, destacou em seu discurso a importância da sociedade civil nesta pauta. “A participação da sociedade civil no CNDH é fundamental para que ele siga sendo uma caixa de ressonância da sociedade. O CNDH é um órgão de Estado em que a sociedade civil tem um papel fundamental para efetivação de direitos humanos”.
Participaram da eleição virtual, que ocorreu nos dias 19 e 20 de novembro, 136 representantes da sociedade civil, entre elas a Central Única de Trabalhadores (CUT) e a Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq). Durante a votação cada entidade teve direito a realizar um breve discurso. Ismael José César, da CUT, destacou o contexto político brasileiro dos últimos anos e o momento de desigualdades sociais.
“Para nós da CUT nunca é demais lembrar que houve um golpe neste país que aumentou a miséria do nosso povo. Em nome da segurança jurídica dada aos banqueiros, estão destruindo conquistas históricas da classe trabalhadora e temos sofrido violações sem precedentes no mundo no trabalho. Nos somamos a essa trincheira de resistência junto às entidades que fazem parte do Conselho Nacional dos Direitos Humanos. Queremos nos somar para avançarmos num mundo mais fraterno, justo e solidário”.
Uma das diretoras da Conaq, Sandra Andrade destacou o objetivo da criação da entidade e o que a motivou a pleitear a cadeira na CNDH. “Somos mais de 6 mil comunidades quilombolas no Brasil, contra o racismo institucional. Hoje intensificamos a defesa dos direitos humanos, pois atualmente estão ocorrendo vários assassinatos de lideranças quilombolas. Por isso, pleiteamos uma cadeira neste conselho para combatermos o racismo e podermos juntos com os outros movimentos formar uma coalizão em defesa deste espaço e de direito dos povos que sofrem violações institucionais”.