Atividades realizadas no Vale do Ribeira reforçam ações de intercooperação entre campo e cidade no fortalecimento do cooperativismo e da economia solidária da região
Diversidade, formação, assinatura de parcerias e debates em torno de estratégias de promoção e fortalecimento do cooperativismo solidário enquanto estratégia para o desenvolvimento sustentável no estado de São Paulo. Estes foram os destaques do I Encontro da Rede Unicopas na região, que ocorreu nessa segunda-feira, 20 de setembro, no Vale do Ribeira.
O evento, que reuniu cerca de 180 pessoas representantes de mais de 20 entidades, sindicatos e movimentos sociais, uniu lideranças das principais centrais do cooperativismo e da economia solidária presentes no estado: Unisol Brasil, Concrab e Unicatadores. Juntas, alinharam ações e estratégias que visam, por exemplo, a criação e o fomento de oportunidades concretas de geração de trabalho, renda e vida digna para a classe trabalhadora. Dentre os participantes, estavam dirigentes do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC Paulista e da Central Única dos Trabalhadores (CUT).
O encontro das iniciativas “sela um importante pacto entre o campo e a cidade, por meio de um projeto de fortalecimento das relações entre a agricultura familiar e o trabalhador formalizado”, destacou Leonardo Pinho, dirigente da Unicopas e presidente da Unisol Brasil.
O encontro que inaugurou também um processo de atividades formativas, contou com a presença de Raul Calazans, representante do deputado federal e ex-ministro da saúde Alexandre Padilha (PT-SP), que viabilizou o evento a partir de uma emenda parlamentar direcionada aos projetos da Unicopas. Raul sublinhou que “o encontro da Unicopas no Vale do Ribeira é um importante ato simbólico para a economia solidária e a expansão da geração de renda na região, e que esse tipo de ação representa um projeto de resistência do setor cooperativista”.
Processos formativos
Um termo de compromisso entre a Concrab, via Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), e a Cooper Central VR, via Unisol Brasil, deu início a uma agenda de formação voltada à educação em agroecologia, formas de cultivo sustentável e organização cooperativista. Milton Fornazieri, do MST, destacou que a construção de parcerias a partir das bases é de fundamental importância. “Estamos em Brasília avançando nos espaços de incidência em defesa do cooperativismo solidário ao mesmo tempo em que avançamos nas ações de intercooperação que acontecem nas bases da classe trabalhadora”.
Pela tarde, o encontro seguiu com duas atividades de formação em cooperativismo, pautando principalmente o protagonismo das juventudes e mulheres na economia solidária e na produção de alimentos.
Uma dessas atividades foi conduzida por Júlia Köpf, diretora da União Nacional dos Estudantes (UNE), representante da Unisol Brasil e membra da iniciativa Fluxo Solidário. A emancipação e a autonomia econômica das mulheres foram temas abordados por ela. Renata Studart, coordenadora de Projetos da Unicopas, e Vivian Mendes, conselheira nacional de Direitos Humanos, participaram com intervenções sobre a visibilidade de mulheres no cooperativismo e nos espaços de tomada de decisão. Na sala ao lado, os debates giraram em torno da institucionalização dos movimentos e da criação de estruturas sólidas em defesa do cooperativismo solidário como uma alternativa sustentável e ecológica.
Durante as atividades realizadas em São Paulo pela Unicopas, houve, ainda, o lançamento do livro “Redes Solidárias” como um símbolo da autonomia intelectual dos movimentos sociais e do avanço da luta para dentro da universidade.