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A atividade realizada nas cinco regiões do Brasil busca promover o protagonismo das juventudes em espaços de incidência a partir da formação de novas lideranças
Credibilidade e incentivo aos jovens e discriminação étnico-racial foram alguns dos desafios apresentados pelas juventudes do Nordeste, que estiveram reunidos por dois dias (10 e 11 de junho) para o encontro regional de formação promovido pelo projeto ‘Fortalecimento da Rede Unicopas’, co-financiado pela União Europeia. Cerca de 30 jovens do campo e da cidade das quatro centrais afiliadas à União Nacional das Organizações Cooperativistas Solidárias – Unicafes Nacional, Unisol Brasil, Concrab/MST e Unicatadores – compartilharam experiências e debateram pautas comuns entre elas e eles.
A atividade, que ocorreu em formato totalmente virtual, busca promover o protagonismo das juventudes em espaços de incidência e de controle social de políticas públicas a partir da formação de jovens lideranças.
Faço faculdade de Letras e já trabalho como professora do campo. Certa vez veio uma formadora de fora e, na apresentação, quando eu e minha colegas falamos que éramos de uma comunidade quilombola, para a nossa surpresa, a formadora se espantou! Se espantou por sermos de uma comunidade quilombola, sermos evangélicas e termos acesso a alguns recursos como acesso à internet. Temos de aprender a respeitar a cultura das outras pessoas, independente dos modos de vida.
Sou mulher e técnica agrícola e quando levamos a nossa experiência para o campo há uma certa resistência, uma dificuldade.
O capitalismo passa para a nossa juventude que temos de usar a melhor marca, ter um determinado emprego e o trabalho no campo não se encaixa neste padrão. Aí, a juventude se afasta.
Precisamos nos conectar uns com os outros. E o capitalismo não promove conexões. Nascemos para viver ao lado uns dos outros, de mãos dadas uns com os outros. Vamos nos permitir conectar.
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Débora Nunes, assentada da reforma agrária em Alagoas e a atual presidenta da CooperCanudos, somou-se ao coletivo para partilhar sua trajetória de vida e militância. Ela, que já está na coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, mostrou as/aos jovens a importância da organização social. “Vocês podem e devem questionar as pessoas mais velhas da sua cooperativa ou associação, mas façam isso de forma organizada. Quando a gente está consciente de que uma coisa é boa e demonstra organização, é muito mais fácil a gente conseguir pautar”.
Para ela, o cooperativismo solidário é um dos instrumentos para a superação dos desafios comuns apresentados pelas juventudes.
“Eles são enormes e por isso precisamos nos organizar. Para mim, sozinha, pode parecer gigante, mas de forma organizada a gente consegue avançar. Muitas vezes falamos que não conseguimos por conta dos grandes empreendimentos, mas se a gente se juntar, seremos maiores que eles. Só assim vamos conseguir enfrentar os gigantes. Com uma nova proposta, uma nova visão, novos valores. A nova sociedade não vai nascer da noite para o dia. A nova sociedade começa hoje”.
Uma organização que carrega os princípios da economia solidária, como lembrou Francisco Dal Chiavon, presidente da Unicopas, as/aos jovens. “É isso que nos une e nos conecta. Nossa forma de desenvolver o cooperativismo é diferente porque não somos só uma empresa que visa a parte econômica, nós temos o cunho social, político e ideológico”.
Defina com até três palavras o que o Encontro Regional das Juventudes da Unicopas do Nordeste significou? O resultado foi esse:
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