Famílias assentadas do sudeste de Minas Gerais iniciam formação de cooperativa

Fotos: MST

Objetivo é organizar um sistema de produção, processamento e comercialização dos produtos dos assentamentos da reforma agrária na região do Médio Rio Doce

Atualmente, cerca de 550 famílias assentadas da reforma agrária que estão no território rural Médio Rio Doce, região sudeste de Minas Gerais, vivem da pecuária e da produção de cana e derivados, hortigranjeiros e cereais, como milho e feijão. Foi para potencializar a comercialização desses produtos que os assentados e assentadas sentiram a necessidade da instalação uma cooperativa de organização da produção, do processamento e da comercialização. O Médio do Rio Doce abrange 17 municípios do estado com grande porcentagem da população vulnerável à pobreza, conforme dados do último Censo Demográfico do IBGE (2010).

Nesta perspectiva, um seminário de lançamento e fundação da Cooperativa do Médio Rio Doce foi realizado para que temas como: os passos necessários para a constituição de uma cooperativa, bem como gestão administrativa, procedimentos de controle e organização da participação dos cooperados e cooperadas, fossem ministrados. A atividade foi facilitada pela Concrab (Confederação das Cooperativas de Reforma Agrária do Brasil), uma das centrais afiliadas à Unicopas (União Nacional das Organizações Cooperativistas Solidárias).

Francisco Dal Chiavon, membro da Concrab e vice-presidente da Unicopas, destacou a importância do cooperativismo enquanto estratégia de fortalecimento dos assentamentos da reforma agrária na região. “Todos os participantes estavam muito envolvidos com a construção desta cooperativa. Nós fizemos um cronograma de estudo, adequação e aprovação do Estatuto e definimos a data para a assembleia geral de fundação da cooperativa”, ressaltou. Além disso, segundo ele, foi dado destaque, também, à importância de incorporar as mulheres como ativistas e cooperadas. “Nós queremos fortalecer as iniciativas produtivas das mulheres”, disse.

Hoje, a Concrab agrega em torno de 400 associações de produção e serviços, 51 cooperativas de produção agropecuária, 60 de prestação de serviços, como cooperativas de crédito, cinco cooperativas de trabalho e 28 pequenas e médias agroindústrias. Neste universo, ela representa cerca de 20 mil famílias associadas.