Eleições 2020: candidaturas debatem propostas da Unicopas para o cooperativismo solidário

Na oportunidade, Unicopas lançou agenda do cooperativismo e da economia solidária às candidaturas municipais deste ano. Objetivo é orientar estratégias e políticas públicas que contribuam na construção de um novo modelo de desenvolvimento, com geração de trabalho e renda, principalmente às populações mais vulneráveis

Promover um desenvolvimento com mais sustentabilidade, inclusão e justiça social. Este é o principal objetivo do cooperativismo e da economia solidária, uma pauta defendida pela Unicopas (União Nacional das Organizações Cooperativistas Solidárias), que, atualmente, reúne as quatro principais centrais do cooperativismo solidário do Brasil – Unicafes Nacional, Unisol Brasil, Concrab e Unicatadores -, representando mais de 2.500 cooperativas e associações e um universo de mais de 800 mil trabalhadoras e trabalhadores em todo o país.

Diferente do modelo cooperativo mercadológico, em que grandes cooperativas se transformam em grandes empresas, o modelo do cooperativismo com viés econômico solidário, defendido pela Unicopas e centrais afiliadas, valoriza e fomenta os pequenos empreendimentos, capazes de gerar trabalho, renda e vida digna principalmente às populações mais vulneráveis. É com estratégias de inclusão e justiça social, por exemplo, que Brasil poderá superar as crises de desemprego e do aumento do trabalho informal potencializadas pela pandemia do novo coronavírus (Convi-19), distribuir renda e garantir que o país se desenvolva com sustentabilidade.

Para isso, a Unicopas reuniu propostas em uma agenda do cooperativismo e da economia solidária, lançada e apresentada à candidatas e candidatos às eleições municipais 2020 em um debate virtual, que ocorreu na última sexta-feira, 23 de outubro.

Participaram do encontro a vice-presidenta da Unicopas e candidata a vereadora do Rio de Janeiro, Claudete Costa; o candidato à Câmara Legislativa de São Paulo Eduardo Suplicy; e a candidata a vice-prefeita de Maceió, a catadora de materiais recicláveis Vânia Gomes. Quem conduziu o debate foi Leonardo Pinho, dirigente da Unicopas e presidente da Unisol Brasil. “Apresentamos as nossas propostas para candidatas e candidatos de todo o Brasil, mas estamos fazendo este lançamento com representantes que já atuam na trajetória do cooperativismo solidário no Brasil”, destacou Pinho ao apresentar a agenda da Unicopas às eleições 2020.

Dentre as principais propostas estão a implantação ou ampliação de políticas integradas de atividades produtivas em economia solidária, a criação de um sistema integrado de iniciativas populares produtivas e a implantação, além do incentivo a estratégias de complementação de Renda Básica. A criação de frentes parlamentares em apoio ao cooperativismo e a economia solidária, bem como o aumento e abertura de espaços para a efetiva participação popular nos processos de construção de políticas públicas também foram pautas do debate.

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Para Claudete Costa, as propostas apresentadas pela Unicopas vão ao encontro do que ela acredita que é a construção de uma democracia com efetiva participação popular, ou seja, construir políticas públicas para e com o povo. “O cooperativismo e a economia solidária têm um papel fundamento na vida das trabalhadoras e dos trabalhadores porque são segmentos que valorizam a nossa mão-de-obra”, observou Claudete.

Eduardo Suplicy fez menção à grande referência da economia solidária no Brasil e no mundo, o professor e economista Paul Singer: “para que tivéssemos uma sociedade em que predominasse a igualdade entre todos os seus membros seria preciso que a economia fosse solidária ao invés de competitiva. Significaria que os participantes da atividade econômica deveriam cooperar entre si ao invés de competir”. Para Suplicy, as experiências do cooperativismo com viés econômico solidário são fundamentais para desenvolvimento sustentável.

Vânia Gomes, que também é catadora de materiais recicláveis reforçou dizendo que, hoje, o que dá certo é o cooperativismo e a solidariedade. “Eu digo isso por experiência própria porque estamos organizados neste modelo e há a valorização do trabalho e da produção. A saída para o desemprego é o cooperativismo, é o fomento de empreendimentos organizados a partir da economia solidária”, ressaltou.

Assista ao debate na íntegra: