Mais de 500 pessoas, entre representantes da sociedade civil organizada, movimentos e organizações sociais participaram na manhã desta quarta-feira (27), do relançamento da Frente Parlamentar Ambientalista. A cerimônia ocorreu no Auditório Nereu Ramos da Câmara dos Deputados, em Brasília.
Com o auditório lotado, os parlamentares reafirmaram o compromisso em apoiar políticas públicas, programas e ações governamentais e não-governamentais que promovam o desenvolvimento sustentável. Até o momento do ato, 205 deputados já haviam assinado a adesão à Frente Parlamentar Ambientalista, que continua aberta para novas assinaturas.
Joênia Wapichana, do Rede (RR) – primeira mulher indígena eleita deputada federal na história política do Brasil -, lembrou que a responsabilidade socioambiental não deve ser somente responsabilidade dos povos indígenas, mas de todos os brasileiros e brasileiras. “Nós temos uma relação especial com a terra porque não conseguimos desconectar meio ambiente do ser humano. Em todos os lugares existem indígenas guardiões da terra, da água, das florestas, da biodiversidade. É provado que estão nas Terras Indígenas as áreas mais conservadas do país”, ressaltou Joênia dizendo ainda que a importância da defesa dos direitos indígenas e da demarcação de suas terras se dá justamente para a manutenção do meio ambiente. “Nós, povos originários e tradicionais, apresentamos alternativas para o uso da biodiversidade”.
Durante o evento, os parlamentares destacaram a importância da Frente Parlamentar para a garantia de direitos e conservação ambiental com justiça social e debateram os impactos ambientais causados pelo rompimento de barragem em Brumadinho (MG).
Banquetaço ocorre simultaneamente em 40 cidades do Brasil
Mais de 15 mil refeições preparadas por chefes de cozinha com produtos da agricultura familiar, servidas de graça nas ruas e espaços públicos das cidades. Objetivo é reivindicar a manutenção do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) e chamar a atenção dos governos e da sociedade para a importância de garantir acesso e políticas públicas que garantam comida de verdade na mesa de todos os brasileiros.
Em Brasília, o ato ocorreu próximo à Rodoviária do Plano Piloto, lugar de grande movimentação de pessoas, e serviu mais de mil refeições de graça para quem passava por ali. Elizabetta Recine, ex-presidenta do Consea, disse que é possível ter acesso a comida “boa, barata e produzida pela agricultura familiar”.
O Consea foi extinto após a publicação da Medida Provisória (MP) 870 no Diário Oficial da União (DOU), no primeiro dia de gestão do atual governo federal. Além de alterar as atribuições e a estrutura dos ministérios e dos órgãos ligados à Presidência da República, a MP enfraqueceu o controle social de políticas públicas de segurança alimentar e nutricional, inclusive às pautas ligadas a produção de alimentos orgânicos, ou seja, livres de veneno.
Leonardo Pinho, presidente da Unisol Brasil, uma das centrais afiliadas à Unicopas, destaca que é “preciso garantir esse espaço de participação popular nas políticas públicas de segurança alimentar”.
Patrus Ananias, deputado federal pelo Partidos dos Trabalhadores, destacou que é “preciso estimular a agricultura familiar, a produção de alimentos saudáveis, a agroecologia e o cooperativismo para que se possa garantir ao povo brasileiro o primeiro e mais sagrado de todos os direitos: o de uma alimentação saudável”.
Economia e cooperativismo solidário para alcançar os ODS
Estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU), os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) são planos de ações que os países devem adotar em busca da erradicação da pobreza, da proteção do planeta e da garantia para que as pessoas alcancem a paz e a prosperidade.
Desde 2018, a Unicopas, com o apoio da União Europeia, trabalha para o desenvolvimento de ações que promovam os ODS. A organização acredita que a economia e o cooperativismo solidário são caminhos que podem contribuir efetivamente para que os países, inclusive o Brasil, alcancem esses objetivos.
“Os atos que ocorreram hoje em todo o Brasil, em especial em Brasília, só reforçam a importância de dedicarmos mais atenção às políticas públicas que promovam o desenvolvimento local, com geração de renda e qualidade de vida para as pessoas, principalmente, às populações mais vulneráveis. E a economia e o cooperativismo solidários são capazes de promover este tipo de desenvolvimento para o país”, destacou Arildo Lopes, presidente da Unicopas.
por Thays Puzzi, assessoria de Comunicação Unicopas