Por Juce Rocha | ASCOM Unicpoas
O lançamento do Programa Paul Singer na Região Centro-Oeste foi marcado por uma cerimônia na tarde da última terça-feira (22), no Auditório do Ministério do Trabalho e Emprego, seguido por três dias de formação com os agentes dos estados de Goiás (GO), Mato Grosso do Sul (MS), Mato Grosso (MT) e Distrito Federal (DF).
O evento inaugural reuniu, além dos agentes estaduais, representantes de movimentos de Economia Popular e Solidária, coletivos populares, trabalhadores e trabalhadoras do setor, autoridades do legislativo e executivo estadual e nacional e parceiros.
“O Programa Paul Singer tem a missão de promover a expansão da economia solidária popular nos territórios e, muito mais do que isso, ao lado de outros programas do governo e Ministérios, o trabalho de articular o que a gente chama de verdadeiro poder popular. Não podemos ter apego ao poder, mas temos responsabilidade diante do nosso povo”, destacou o secretário nacional de Economia Popular e Solidária, Gilberto de Carvalho no evento inaugural.
O Programa Paul Singer é uma iniciativa da Secretaria Nacional de Economia Popular e Solidária (SENAES), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), em parceria com a Fundação Jorge Duprat de Segurança e Medicina do Trabalho (FUNDACENTRO).
Articulação territorial
Na Região Centro-Oeste o Programa conta com 48 agentes territoriais – educadores populares que vão promover, fortalecer e expandir a Economia Popular e Solidária, incentivando e contribuindo para a formação de novos empreendimentos e coletivos e qualificação dos já existentes. Vão também buscar parcerias com os movimentos, com o Legislativo e o Executivo, no sentido de construir marcos legais e políticas públicas para apoiar a Economia Solidária.
“Nós da equipe da SENAES estamos muito felizes com o início desse Programa, que faz parte de um projeto de governo que se preocupa com o povo e que deseja muito que a população pobre tenha acesso às políticas públicas desse país. A formação com os agentes do Centro-Oeste vai trazer qualificação para que as pessoas possam voltar para a base, em seus territórios, com a perspectiva do fortalecimento da participação popular, da construção e unificação das políticas públicas”, destacou a coordenadora-geral de projetos da SENAES, Vanderlucia de Oliveira.
Uma das entregas previstas no Programa é a atualização do novo Cadastro Nacional de Empreendimentos Econômicos Solidários (CADSOL), como destaca Jesa Lima, agente do Programa Paul Singer no Distrito Federal. “O Programa vem como um grande esperançar para os empreendimentos de economia solidária. Em nossos territórios vamos mobilizar os empreendimentos para que possam se cadastrar ou se recadastrar no CADSOL. Aqui no Distrito Federal ficamos um tempo paralisados, agora vamos mapear as nossas ações e fazer um planejamento para os próximos meses de trabalho com os empreendimentos”.
“Nós vamos voltar às nossas origens, voltar às nossas raízes, olho no olho, tete a tete dentro das comunidades, porque existem, com certeza, muitos empreendimentos que ainda não estão mapeados.É muito importante a gente se conhecer e se reconhecer. É muito importante estarmos juntos, lutando pelo que nós acreditamos, e acreditamos em outra economia sim. Realmente ela é possível, ela é viável, mas ela se faz principalmente em conjunto, em comunhão”, completa a agente Rose da Silva, que também atua no Distrito Federal.
Conexões rurais e urbanas
A iniciativa terá alcance nacional, com agentes em diversos territórios que devem alcançar segmentos urbanos e rurais da economia popular solidária. “O Programa veio num momento muito importante porque vai contribuir para o avanço da economia popular e solidária nos nossos territórios. Isso significa o quê? Fortalecer as nossas iniciativas e as nossas organizações, seja nos assentamentos de reforma agrária, nas comunidades tradicionais, povos indígenas, povos quilombolas e em áreas urbanas também, então vai ser muito importante para dar essa unidade à classe trabalhadora e elevar o nível de consciência, para politizar as nossas conquistas”, celebra Devanir Oliveira, agente no Mato Grosso.
A programação dos três dias de formação contou com a memória histórica da Economia Popular e Solidária; análise de conjuntura na perspectiva do cenário político, econômico e social do Centro-Oeste; identidade do agente, papel e atribuições no Programa Paul Singer, e outros aspectos que envolvem a integração entre todos os programas da SENAES como estratégia de construção da Política Nacional de Economia Popular e Solidária e do Sistema de Formação de Economia Popular e Solidária.
Agentes do esperançar
Os agentes passaram por um processo seletivo e reúnem experiência, conhecimento e inovação para este novo momento da economia solidária e popular no Brasil. “Esse é um momento onde a gente está reencontrando muitas pessoas que já participaram de processos formativos, que são lideranças, educadores e educadoras populares. Gente que já têm caminhada e também pessoas que estão chegando. Vamos nos empoderar dessa metodologia e das novas possibilidades de conexões com outros agentes, com outros programas, com outros Ministérios. Então, há uma esperança muito grande de que a gente possa, a partir desses processos de formação, voltar para as nossas bases re-oxigenados, mais fortes, a partir dessa conexão e dessa união do Centro-Oeste”, afirma Rodrigo Nantes, agente do Mato Grosso do Sul.
O Programa faz uma homenagem ao economista e professor da Universidade de São Paulo (USP), referência no Brasil e no mundo em Economia Popular e Solidária, Paul Singer. Em 23 de dezembro de 2024, a Lei no 15.068, também conhecida como Lei Paul Singer, foi sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, garantindo reconhecimento social e governamental para a Economia Solidária.