Nada é mais urgente que a fome. Há um ano vivendo os impactos da pandemia de Covid-19, metade da população brasileira convive com a insegurança alimentar, o desemprego em massa e a falta de perspectiva de futuro.
Se a pandemia escancarou as nossas mazelas, ela também fortaleceu a nossa solidariedade. Prova disso é que mais um mutirão se formou para levar para a periferia de Montes Claros, em Minas Gerais, alimento para quem tem fome.
Cerca de quatro toneladas e meia de alimentos foram produzidos nos assentamentos da reforma agrária. Esta produção que chegará às mesas de famílias que enfrentam dificuldades em função da fragilidade socioeconômica que já viviam antes mesmo da pandemia. Homens e mulheres que vivem na informalidade, em trabalhos precários, sem direitos e assistência e que agora, mais do que nunca, estão mais expostos aos riscos do novo coronavírus.
“Nosso Movimento, que sempre foi construído com solidariedade de organizações e diversas instituições, é solidário com as famílias em situação de pobreza das periferias de Montes Claros. A reforma agrária, na prática, é ver a terra repartida com quem nela trabalha, é produzir alimentos saudáveis para a classe trabalhadora do campo e da cidade, é lutar por democracia”, destaca o coordenador regional do MST, Samuel Costa.
Para a coordenadora das pastorais sociais da Arquidiocese de Montes Claros, Sônia Oliveira, a segunda onda da pandemia acentuou os graves problemas socioeconômicos da nossa cidade e região. “O que temos visto é que a fome realmente voltou e é uma triste realidade. O número de famílias em extrema vulnerabilidade e miséria cresceu muito. Famílias sem trabalho, sem teto e sem perspectiva. Assisti-las é uma urgência”.
Texto Laura Murta
Da Página do MST