A importância da representatividade das mulheres na política

No segundo dia de atividades do curso ‘Qualificação para incidência na agenda internacional’, promovido pela Unisol Brasil e Unicopas, os participantes debateram sobre a importância da representatividade da mulher na política. O encontro ocorreu na noite desta quarta-feira (09) e também abordou os principais compromissos internacionais assumidos pelo Brasil em relação à temática de gênero.

Na semana pós primeiro turno das eleições municipais de 2024, Vitória Vitor, cooperativista e atual presidenta da Unisol Paraíba, fez um resgate das conquistas femininas ao longo da história do Brasil. Ela lembrou, por exemplo, que foi em 1932 que as mulheres passaram a ter direito ao voto, que foi somente em 1988 que a Constituição Federal passou a reconhecer a igualdade entre homens e mulheres e que apenas em 2021 foi criada uma lei para prevenir, reprimir e combater a violência política contra a mulher.

Representatividade das mulheres na política brasileira

De acordo com os dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o Brasil elegeu 724 prefeitas nas eleições municipais deste ano, um crescimento de 10% em relação ao primeiro turno de 2020. Apesar do avanço, as mulheres representam só 13% do total de prefeitos eleitos. Já nas câmaras municipais, as mulheres vão ocupar 18% das vagas de vereadores. Na eleição passada, elas eram 16%.

Mesmo com o aumento, a representatividade feminina na política brasileira ainda é baixa. Vitória observou que a realidade não reflete a legislação – criada há 27 anos – que reserva 30% das candidaturas para mulheres. “Muitas se candidatam apenas para compor, poucas vão para a disputa de fato. Quantas mulheres cooperativistas e da economia solidária estão ocupando esses espaços? As mulheres representam mais da metade da população em todo o mundo e as nossas vozes devem ser ouvidas nas decisões políticas”, sublinhou.  

Compromissos internacionais

Dentre os principais compromissos assumidos pelo Brasil em relação à temática de gênero que foram destacados durante o encontro, a iniciativa ‘Por um planeta 50-50 em 2030: um passo decisivo pela igualdade de gênero’ lançada pela ONU Mulheres é um compromisso concreto assumido por mais de 90 países. O Brasil foi um dos primeiros a aderir.

“Construir um planeta 50-50 depende que todas e todos – mulheres, homens, sociedade civil, governos, empresas, universidades e meios de comunicação – trabalhem de maneira determinada, concreta e sistemática para eliminar as desigualdades de gênero”, salientou Vitória.  

A formação ‘Qualificação para incidência na agenda internacional’ ocorre até essa quinta-feira (10) e é ministrada pelo Humanitas (Centro de Formação em Ciências Humanas e Artes). A atividade ocorre no âmbito do projeto apoiado pela União Europeia.