Promovido pela Unicopas, seminário reuniu representantes de cooperativas e associações do campo e da cidade
“Quando a gente fala de cooperativismo solidário, a gente está falando da união entre campo e cidade. A gente está falando de garantia de direitos”, disse Claudete Costa, vice-presidenta da Unicopas (União Nacional das Organizações Cooperativistas Solidárias) durante a abertura do Seminário Estadual promovido pela entidade em Sergipe.
O evento, que começou no Dia Internacional de Luta da Mulher, 8 de março, e vai até esta quinta-feira, 10, reúne na capital sergipana cerca de 40 representantes de cooperativas e associações do campo e da cidade que atuam no estado. Fruto do apoio da emenda parlamentar do deputado federal João Daniel, a atividade se propôs a discutir e fortalecer as relações de intercooperação entre os pequenos empreendimentos econômicos solidários da região.
Para Genes da Fonseca, secretário-geral da Unicopas, é preciso realizar esse debate, uma vez que “nós devemos dar a direção para as pautas que queremos conquistar”.
Direcionamento orientado pelo presidente da organização, Francisco Dal Chiavon. “Não existe mudança na sociedade sem organização. Nós estamos aqui inaugurando o início de uma nova forma de organização entre nós, que é construir a cooperação entre as trabalhadoras e os trabalhadores rurais e urbanos”.
Isso porque, segundo Rose Rodrigues, coordenadora do mandato popular do deputado federal João Daniel, o atual modelo de desenvolvimento intensifica o individualismo. “O capitalismo nos organiza para enxergar o outro como inimigo, vivemos em competição. Ele não nos organiza para a cooperação. Mas a cooperação entre nós é necessária e o cooperativismo solidário nos dá a possibilidade de construir sonhos reais”.
Intercooperação
“Não existe cooperativismo isolado. As cooperativas e associações se fortalecem por meio da intercooperação”, afirmou Leonardo Pinho, dirigente da Unicopas. Para ele, é fundamental que os empreendimentos se organizem “para fazer com que o nosso dinheiro circule ao máximo entre nós. Quando falamos em intercooperação, falamos da sustentabilidade das cooperativas e associações”.
Outro ponto de destaque do seminário foi a experiência de hortas urbanas comunitárias apresentada por Ivan Barreto, engenheiro agrônomo do município. “Aracaju é uma cidade pouco rural, mas a tradição agrícola é muito forte. Mapeamos terrenos públicos ociosos e começamos a fazer hortas comunitárias como uma forma de contribuir para a renda complementar das famílias da periferia”.