Unicopas ministra aula em Jornada Formativa de Economia Solidária

Francisco Dal Chiavon, presidente da Unicopas, falou sobre organização popular e participação social

Participação social e Políticas Públicas foram temas debatidos em um dos encontros realizados durante a Jornada Formativa, promovida na última semana pela Rede Ecosol Bahia e pelo Instituto Auá. O evento, que foi totalmente on-line, contou com a participação de Francisco Dal Chiavon, presidente da Unicopas (União Nacional das Organizações Cooperativistas Solidárias), e de Karla Ramos, advogada e professora da Uneb (Universidade do Estado da Bahia). 

Ambos trouxeram para os mais de 70 participantes do encontro elementos relevantes para a construção democrática e efetiva de políticas públicas que, de acordo com Karla, precisam representar uma demanda social. “Políticas públicas são um conjunto de decisões, planos, metas e ações governamentais voltados para a resolução de problemas de interesse público demandados pela sociedade civil”, explicou. 

Mas, para ser efetiva, inclusive em direitos, as políticas públicas, segundo Karla, precisam contar com a participação social desde a sua elaboração até a execução. “É preciso ter uma correlação de forças. Quando uma força se sobressai, há um desequilíbrio e, automaticamente, fragiliza o processo democrático. As políticas públicas para serem efetivas e garantidoras de direitos, os beneficiários precisam ser protagonistas durante todo o processo”. 

Francisco Dal Chiavon, por sua vez, elencou os elementos essenciais para a organização popular: necessidade e vontade. “Se existe a necessidade e a vontade, a gente se organiza. E só haverá mudança se houver organização”, comentou. 

O presidente da Unicopas ainda destacou que a organização popular precisa estar pautada no campo da cooperação, caso contrário, repetirá os princípios do capital, que explora a força do trabalho e promove o individualismo. 

“As cooperativas são uma forma de organização, mas se não houver a cooperação e a solidariedade entre as pessoas, ela se torna apenas um instrumento jurídico. Precisamos ter como referência a organização da classe trabalhadora. Afinal, não existiria mel se cada abelha fizesse o ninho sozinha. O que produz o mel é a unidade do enxame”. 

Dal Chiavon também alertou que as políticas públicas ajudam, mas não resolvem o problema da classe trabalhadora. “É necessário que faça da política pública uma organização das atividades. Se amanhã ou depois temos um governo que não auxilia essas políticas, acabam os investimentos. Das nossas cooperativas que se organizaram somente em torno de políticas públicas do governo federal, nos últimos três anos, quase todas fecharam”.