Ela largou a psicologia para viver o cooperativismo solidário

Aos 58 anos, Elaine Magali Alves está à frente da Cooperativa do Produtor Rural de Parati Pacova, no Rio de Janeiro, que trabalha com processamento de banana e tem na marca, Pacova, o significado do nome da fruta em Tupi-Guarani.

Filiada à Unicafes, uma das centrais que fazem parte da Uniopas, ela contou que foi no cooperativismo que as agricultoras e agricultores familiares da região encontram o caminho para sair da mão de atravessadores. “Enquanto os atravessadores pagavam R$ 5,00 pela caixa de banana, hoje a prefeitura paga R$ 150,00 por caixa. O cooperativismo é isso: parceria”.

Atualmente, a Pacova conta com 22 mulheres e 25 homens entre os cooperados. “Conheci a cooperativa quando fui morar em Parati, em um assentamento em Barra Grande. Em 2005, uma parceria entre a Eletronuclear e o Sindicato do Trabalhador Rural transformou um barracão abandonado do INCRA que ficava no assentamento na nossa cooperativa”, relembrou.

Antes de morar em Parati ela era funcionária de uma escola particular e atuava como psicóloga.

“Mas eu me identifiquei com o cooperativismo. Eu gosto e acredito no cooperativismo solidário! Já até cancelei meu registro como psicóloga porque eu sou uma agricultora”.

Hoje, a Pacova, além de atender na merenda escolar do município, também realiza entregas para o PAA (Programa de Aquisição de Alimentos) da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e produz bananada natural e banana passa, ambas sem açúcar.

“O próprio cooperativado produz a banana e as mulheres vão para a cooperativa para a produção do doce. Assim, a gente consegue entregar e vender tanto a banana quanto o doce”, destacou. Doce reconhecido internacionalmente. Em 2016 entrou para o cardápio dos atletas que vieram para o Brasil disputar as Olimpíadas. “Fomos a única entidade que teve um produto no cardápio das Olimpíadas”, comemorou.

Além da produção da banana e dos doces, Elaine contou que a cooperativa também desenvolve um projeto de hortas. Em uma estufa, eles conseguem produzir, por ano, de cinco a seis mil mudas de hortaliças que são distribuídas para as escolas do município. “Também fazemos doação de mudas para a igreja que incentiva as pessoas e terem quintais produtivos em suas casas”.

Mesmo com os diversos ganhos, o cooperativismo apresenta alguns desafios, como ter de todos os anos, negociar a renovação dos contratos com a prefeitura e a melhoria de preços junto à Conab. “Mas, graças à Deus, a cooperativa tem nos ajudado muito”.

por Thays Puzzi, assessoria de Comunicação Unicopas