Economia solidária é tema de debates no Fórum Social das Resistências

Foto: Unisol Brasil

Como parte do processo preparatório ao Fórum Social Mundial, atividade ocorre até sábado na capital gaúcha; representantes da Unicopas participam do evento

A economia solidária como estratégia para a superação das desigualdades sociais e os desafios que o setor enfrenta no Brasil. Esses foram os motes principais debatidos durante o segundo dia de atividades do Fórum Social das Resistências, que ocorre até o próximo sábado (25), em Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul. Com o tema ‘A Resistência no Estado Mínimo – Perda de Direitos, Possibilidades e a Economia Solidária’, a mesa contou com a participação de especialistas, parlamentares e representantes do setor da economia solidária no país.

Para o economista e atual presidente da Fundação Perseu Abramo, Márcio Pochmann, a economia solidária pode se tornar o melhor caminho para diminuir a desigualdade que atinge níveis recordes no Brasil e que, segundo ele, se agravará com os projetos recentemente aprovados em nível nacional e que se expandem nas esferas estaduais.

Foto: CUT Rio Grande do Sul

“O IBGE divulgou no ano passado que metade dos brasileiros vive com R$ 413 mensais, isso é menos da metade do salário mínimo. Como vamos organizar essa massa de empobrecidos, sem indústria, sem estado e competindo com as igrejas e o crime organizado?”, questiona Pochmann.

Para ele, é aqui que a economia solidária se apresenta como uma grande oportunidade. Ela seria a única alternativa para viabilizar um horizonte para essa parcela da população. “Ela oferece pertencimento, trabalha com a totalidade do indivíduo e assim possibilita uma autonomia e uma atuação importantes em tempos de precarização da mão de obra trabalhista.”

Nesta perspectiva, Leonardo Pinho, presidente da Unisol Brasil, uma das centrais afiliadas à Unicopas (União Nacional das Organizações Cooperativistas Solidárias), destacou a necessidade de transformar a economia solidária em uma política de Estado para que ela possa, efetivamente, tornar-se uma estratégia de desenvolvimento.

“Por causa do cenário de retrocessos no Brasil, centramos a nossa atuação em fazer uma incidência política de transformar as iniciativas de economia solidária em políticas públicas de governo para virarem políticas de Estado. Como isso buscamos configurar e aprovar leis no Brasil em prol da economia solidária”, explicou Pinho.

A deputada federal Maria do Rosário, que também esteve presente nos debates, reafirmou a necessidade de firmar um projeto político para a economia solidária “levando a autogestão dos empreendimentos econômicos solidários para o conjunto da sociedade brasileira”.

Além dos debates, a Unicopas contribuiu com a mobilização e participa de diferentes atividades de interesse.

Com o lema ‘Democracia, Direitos dos Povos e do Planeta’, o Fórum Social das Resistências é uma das atividades preparatórias ao Fórum Social Mundial, previsto para acontecer no ano que vem no México. O evento reúne diversas organizações da sociedade civil e movimentos sociais de todo o Brasil e debate diversos temas que afetam, essencialmente, as populações mais vulneráveis do país.

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Com informações da CUT Rio Grande do Sul e Unisol Brasil