Nota de pesar e solidariedade: Manoel da Conceição, presente!

A Unicopas (União Nacional das Organizações Cooperativistas Solidárias) lamenta a morte do líder campesino Manoel da Conceição. Aos 86 anos, ele deixa família, amigas e amigos e um grande legado para a luta da classe trabalhadora. 

Nascido na região de Pedra Grande, no Maranhão, Mané, como era conhecido pelos movimentos, lutou toda sua vida pela organização sindical dos trabalhadores e trabalhadoras rurais.

“Minha perna é a minha classe”

por Marcio Zonta, do Brasil de Fato

Uma das passagens que o marca como pessoa e lutador do povo acontece ainda na pequena Pindaré Mirim. Preocupado com a situação de atendimento precá­rio da saúde no município maranhense, que não dispunha de um médico, con­tratou um profissional para atender a população no próprio sindicato.

Tal atitude causou a fúria das autori­dades locais. No primeiro dia de aten­dimento, agentes do Estado invadiram o sindicato atirando. Mané foi alvejado com dois tiros de revolver no pé esquer­do e dois tiros de fuzil no pé direito, le­vando à amputação desse membro.

O policial que atentou contra a vida de Mané, temendo a represália dos campo­neses, disse à época que o mandante do ataque era o governador do Maranhão, José Sarney.

Na ocasião, Mané escreveu uma carta, datada de 27 de julho de 1968, do alto de seu leito num hospital em São Luís, firmando uma frase que o identificaria internacionalmente. “Aos que pensam que arrancaram minha perna, quero di­zer que se enganam: minha perna é a minha classe”.

Continue lendo sobre o legado de Manoel da Conceição no texto “Os trabalhadores rurais precisam tomar conhecimento do mundo”, de Marcio Zonta, do Brasil de Fato