Dia Internacional da Reciclagem: luta e conscientização

Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

Neste 17 de maio, data instituída pela Unesco como o Dia Internacional da Reciclagem, Unicopas chama a atenção para a importância de se garantir direitos para profissionais da catação

Estimular a reflexão sobre a importância de fazer o descarte correto dos produtos que consumimos. Foi com este objetivo que a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência, e a Cultura) instituiu o 17 de maio como o Dia Internacional da Reciclagem. Mas a conscientização sobre o papel da sociedade na promoção de atitudes mais sustentáveis vai além. Nesta data, catadores e catadoras de materiais recicláveis de todo o Brasil também chamam a atenção para a importância de se garantir políticas públicas que garantam direitos para os profissionais da catação.

Claudete Costa

Claudete Costa, presidenta da Unicatadores, central afiliada à Unicopas, lembra que “todo resíduo é do catador e da catadora”. Isso porque a categoria defende a presença desses profissionais em todos os processos da cadeia da reciclagem, da catação à destinação final adequada para os materiais. “Para isso, a Lei a Lei 12.305, de 2 de agosto de 2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), inclui catadores e catadoras como agentes essenciais no tratamento de resíduos sólidos. Nossa luta é para fazer com que esta legislação seja aplicada, de fato, em todos os municípios brasileiros. Nosso trabalho para a conservação do meio ambiente é essencial. Nós somos os principais atores econômicos e sociais na cadeia produtiva da reciclagem”, destacou Claudete.

No Brasil, existem aproximadamente 388 mil catadoras e catadores de materiais recicláveis, segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) com base no Censo 2010. Todavia, o Movimento Nacional do Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR) acredita que existam de 800 mil a 1 milhão de catadoras e catadores em atividade no país.

ESPECIAL RECICLAGEM: por que investir em um modelo popular e inclusivo?

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2017 e 2018 mostra que 74% dessas trabalhadoras e trabalhadores são pretos, pardos ou indígenas; 72% são mulheres; 60% estudaram até o ensino fundamental, apenas 2% concluíram curso superior; e quase a metade (47%) tem de 30 a 49 anos.

Em tempos de Covid-19 cuidados precisam ser redobrados

Proteger o próximo para proteger você mesmo! Quando for descartar máscaras, luvas e outros equipamentos de proteção individual (EPI), não faça o descarte na coleta seletiva, mas sim na coleta comum, em um saco bem fechado. Isso porque os rejeitos são coletados por caminhões prensa fechados e vão direto para o aterro sanitário. Já os recicláveis, geralmente, são coletados por caminhões abertos e depois terão contato com catadores, catadoras e outros trabalhadores na cadeia da reciclagem.

Separe adequadamente seus resíduos, destine apenas os recicláveis para a coleta seletiva e se alguém de sua família estiver com sintomas da Covid-19 (novo coronavírus), descarte todos os seus resíduos na coleta comum, inclusive os recicláveis, colocando um segundo plástico para isolar melhor os resíduos. Assim, também diminuímos o risco de garis serem infectados também.

Organizações lançam campanha de solidariedade a catadores de materiais recicláveis

Diante da grave situação decorrente da pandemia do novo coronavírus e as consequências para os catadores e catadoras de todo o país, o Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR), a Associação Nacional dos Catadores e Catadoras de Materiais Recicláveis (ANCAT) e a União Nacional de Catadores e Catadoras de Materiais Recicláveis do Brasil (Unicatadores), junto com uma rede de parceiros e apoiadores, lançaram, em caráter emergencial, a Campanha de Solidariedade aos Catadores do Brasil.

Os materiais recicláveis possuem alto índice de contágio. Essa situação torna os catadores um grupo de risco, sendo recomendada a suspensão do trabalho de coleta seletiva e a paralisação dos serviços prestados pelas associações, cooperativas e catadores autônomos. Além disso, grande parte da categoria teve que paralisar suas atividades. Sem trabalho e sem renda, esses profissionais da reciclagem e suas famílias enfrentam sérias dificuldades e precisam da sua ajuda.

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