Retrospectiva 2020: conheça os resultados das ações promovidas pela Rede Unicopas

Foto: Bruno Concha-Secom/fotospublicas.com


Não foi um ano fácil! Esta é a conclusão coletiva para 2020. Um ano que trouxe uma nova realidade para o Brasil e o mundo: a do isolamento social em tempos de pandemia. Esta nova perspectiva implicou um período de grandes adaptações também para as cooperativas e associações da economia solidária. 

Reuniões online e seminários virtuais, como a que reafirmou o compromisso da Unicopas (União Nacional das Organizações Cooperativistas Solidárias) com o cooperativismo solidário com a eleição da nova diretoria e a que debateu os impactos da Reforma Tributária para o cooperativismo solidário, ganharam espaço na agenda da organização. “Tínhamos nos planejado para muitas atividades presenciais, mas com a pandemia não foi possível realizar. Em contrapartida, houveram mobilizações muito importantes, como a das cooperativas da agricultura familiar de assentamentos da reforma agrária, que doaram mais de 10 mil toneladas de alimentos a famílias em situação de vulnerabilidade social em todos os estados do Brasil”, destacou o presidente da Unicopas, Francisco Dal Chiavon. 

A campanha ‘Por um Brasil Cooperativo e Solidário: mais trabalho e renda’ trouxe para o centro dos debates o cooperativismo e a economia solidária. Frente ao agravamento das crises políticas e econômicas causadas pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19), a Unicopas chamou a atenção, por meio de um seminário virtual, para o cooperativismo solidário enquanto estratégia para a retomada do crescimento do Brasil a partir da geração de trabalho e renda, principalmente às populações mais vulneráveis.

Outro grande destaque da atuação da Unicopas em 2020 foi o fortalecimento de cooperativas em todo o país. Ao todo, 20 empreendimentos econômicos solidários afiliados às centrais que fazem parte da Rede Unicopas receberam recursos que, juntos, totalizaram um investimento de mais de 500 mil reais. A ação faz parte do projeto ‘Fortalecimento da Rede Unicopas’, co-financiado pela União Europeia. “Apesar de todos os desafios, conseguimos manter as atividades mesmo com a pandemia”, observou Dal Chiavon. 

Com o objetivo de orientar e fomentar as cooperativas e associações da Rede Unicopas em ano eleitoral, a organização sistematizou, distribuiu e promoveu debates em torno da agenda do cooperativismo solidário às candidaturas municipais 2020. Resultado de um expressivo trabalho de incidência política em defesa do fortalecimento das cooperativas e associações de Norte a Sul do país, foram conquistadas duas emendas parlamentares: a primeira prevê a realização da 6ª edição da Plenária Nacional de Economia Solidária e a segunda destinará recursos para a execução de projetos para a geração de trabalho e renda destinado a pessoas em situação de rua. 

Já no final do ano, em celebração ao Dia Nacional da Economia Solidária, outro seminário virtual mostrou de forma concreta que a saída para a crise está na solidariedade e na cooperação. 

Perspectivas para 2021 

O amadurecimento da Unicopas aconteceu de forma natural, impulsionado pelas reuniões semanais com toda a direção para manter a unidade do grupo que compõe a diretoria. Para 2021 a tarefa é fazer um planejamento de trabalho que garanta a organicidade da entidade. “A Unicopas ainda carece de uma união entre as centrais nos estados. Esperamos que a gente consiga fazer o debate organizando essa estrutura de maneira orgânica”, avalia Dal Chiavon. 

Outra pauta de fundamental importância para o novo ano está relacionada à votação dos vetos da Lei Assis de Carvalho, que prevê verba de incentivo à agricultura familiar em caráter nacional. “Temos a previsão que haverá uma crise de abastecimento em função do desemprego no país. A principal produção agrícola estimulada pelos bancos e pelo executivo é a produção para a exportação e a agricultura familiar foi abandonada por esse governo”. A Lei pretende fomentar a produção de alimentos e impactar positivamente toda a cadeia de comercialização. 

“Temos que utilizar nossas próprias forças para termos uma vida mais digna. Não podemos esperar isso da iniciativa privada. Para isso acontecer, vai depender muito da organização do próprio povo. Nosso trabalho é estimular a organização de cooperativas para que possam manter seus direitos já conquistados e conquistar novos”, concluiu Dal Chiavon.