Como o cooperativismo solidário transformou a vida de profissionais da catação

Grupo de catadores e catadoras de materiais recicláveis formam cooperativa e garantem condições dignas de trabalho e geração de renda

Atualmente, a Cooperativa Acácia de Araraquara, que fica no interior de São Paulo, é formada por 196 catadoras e catadores de materiais recicláveis que trabalham em condições dignas, pois dispõem de infraestrutura adquirida ao longo dos anos.

Fundada em 2001 por catadores do antigo lixão da cidade, a cooperativa é exemplo de trabalho eficiente e organização para inclusão social da categoria. Operando a coleta porta a porta em toda a cidade, a organização é responsável pelo recolhimento de cerca de 500 toneladas de materiais por mês.

Ao longo dos últimos anos, várias pessoas trabalhavam no aterro de Araraquara catando materiais recicláveis em meio ao lixo doméstico. A situação era de exclusão social, pois além dos riscos de acidentes e danos à saúde inerentes à atividade, este grupo carregava também o estigma de ser associado ao material do qual retirava o seu sustento: o lixo. Eram trabalhadores e trabalhadoras, pais e mães de família que se expunham diariamente às duras e insalubres condições do aterro para garantir a sobrevivência.

Com a inserção da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano, através da Coordenadoria de Meio Ambiente no lixão a partir de outubro de 2001, foi organizado um grupo com 35 catadores e catadoras independentes que sobreviveram do lixão por 10 anos. O grupo criou, primeiramente, a Associação Acácia dos Trabalhadores de Materiais Reaproveitáveis de Araraquara, juridicamente constituída no ano de 2002. A partir da qual passaram a construir condições dignas para trabalharem na separação dos materiais recicláveis. Estes trabalhadores conquistaram muito no que diz respeito à inclusão social.

Hoje, a coleta seletiva ocorre no sistema porta a porta, oferecendo a 100% da população a oportunidade de destinar de maneira correta os resíduos sólidos recicláveis. A ação é operada por seis equipes formadas por 70 catadores. Também é realizada a coleta em pontos fixos dos condomínios residenciais e dos bolsões de entulhos instalados pelo município. Já o material advindo das indústrias é coletado por agendamento.

Juntamente com a atividade de coleta é a realiza a educação ambiental da população. Cada cooperado recebe informações para realizar o trabalho de conscientização informando, aos que ainda não realizam a separação de material ou que o fazem de maneira inadequada, como separar devidamente o resíduo sólido.

Organizar o trabalho de catadores e catadoras de materiais recicláveis em todo o Brasil em busca de condições dignas e garantia dos direitos desses profissionais é um dos trabalhos desenvolvidos pela Unicatadores, uma das centrais do cooperativismo solidário afiliada à Unicopas.

Assista ao vídeo e veja como o cooperativismo e a economia solidária transformou a vida desses trabalhadores e trabalhadoras:

Por um Brasil Cooperativo e Solidário: mais trabalho e renda

Foi para fomentar o debate em torno do cooperativismo e da economia solidária enquanto instrumentos para a geração de trabalho e renda, em especial, em tempos de crise, como a que vivemos com a pandemia do novo coronavírus, que a Unicopas lançou uma campanha digital de sensibilização para mostrar o potencial do cooperativismo solidário.

O objetivo é contar histórias das suas centrais afiliadas que retratam o potencial do cooperativismo e da economia solidária enquanto geradores de oportunidades de trabalho e renda, principalmente às populações mais vulneráveis.

A campanha faz parte das atividades realizados pelo projeto “Fortalecimento da Rede Unicopas”, co-financiado pela União Europeia.

Com informações do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis

Conheça mais histórias de transformação